Unipaz São Paulo

Nem pessimismo nem otimismo

Sempre oscilei entre estes dois extremos: pessimismo e otimismo. Quando eu entro na energia do pessimismo, sinto profundo medo do que está por vir, imagino o pior cenário, sinto um medo que paralisa, que tira a energia para agir e viver com entrega o momento presente.

Por outro lado, no outro extremo, quando me visto de otimismo, entro num lugar aparentemente mais elevado, acreditando que vai dar tudo certo, vai acontecer o melhor, alimentando uma expectativa “positiva” para alguma situação, mas que pode ser um lugar muito cômodo onde não me sinto também estimulada a agir (já que tudo vai dar certo, não preciso fazer nada).

Outra consequência do otimismo é a possibilidade de frustração: quanto maior a expectativa, maior a chance de me frustrar, sofrer por não ter acontecido como o desejado.

Muitas vezes, quando eu me frustrei, pensava que era melhor então ser pessimista e esperar o pior, para não me frustrar, para a queda não ser tão grande. Você já entrou nesta lógica torta também?

Mas nos últimos tempos, tenho buscado um caminho do meio: nem pessimista nem otimista. Para trilhar este caminho, percebo que é preciso de muita coragem para encarar o desconhecido, aceitar que a vida é imprevisível, que não sei o que vai acontecer no instante seguinte. Aceitar as incertezas da vida pode dissolver muitas expectativas, projeções e ansiedade. É abrir mão da ilusão, do controle, pois eu não posso controlar o que vai acontecer, mas eu posso escolher como eu quero viver cada instante. Esta é a minha liberdade de escolha e também a minha principal responsabilidade.

A coragem, portanto, é o combustível para viver o momento presente, para plantar, semear, cultivar os sonhos que eu acredito, mesmo sem saber quais frutos serão colhidos, mesmo sem saber se darão frutos.

Na verdade, o futuro não existe, ele existe apenas em nossos pensamentos. Pensar no futuro é projetar nossos anseios, sonhos ou medos. O futuro irá emergir a partir das nossas ações no momento presente: único momento que existe onde podemos viver e agir. Então, eu tenho me perguntado: Quais sonhos eu quero semear e cultivar? Quais passos eu quero e posso dar aqui e agora em direção àquilo que almejo e acredito? Para onde eu desejo ir?

Esta consciência me traz autorresponsabilidade, sou responsável pelas minhas ações, pois é de minha total responsabilidade escolher a cada instante como agir. E apesar de não saber quais serão os resultados futuros das minhas ações, eu sei que cada ação minha reverbera no Todo, pois estamos todos interconectados, faço parte da Teia da Vida, e cada Ser neste Planeta tem seu papel único e singular na cocriação da realidade.

Diante disto, a partir desta coragem de aceitar as incertezas, mas assumindo a responsabilidade sobre minhas escolhas, eu posso confiar. Confiar que eu saberei lidar com a realidade como ela se apresentar, mesmo que não seja exatamente a realidade que eu havia sonhado. Pois, no mais profundo, eu confio na sabedoria da Vida que habita meu ser e que permeia toda a existência.


Tamira Rocha é mãe, escritora, artista e amante das artes e da magia da vida. Possui graduação em Biblioteconomia (USP) e Formação Holística pela UNIPAZ-SP (2015). Vive atualmente no município de Lagoinha-SP, sua cidade natal, onde é idealizadora do projeto “Espaço Flor e Ser – Cachoeira Grande”, que oferece, desde 2013, vivências, oficinas e encontros relacionados com meditação, yoga, Cultura de Paz, sensibilização ambiental, arte e natureza. É facilitadora de vivências no espaço “Morada do Beija Flor – Cultura de Paz em Lagoinha”, trabalhando com diferentes abordagens que promovem o autoconhecimento, incluindo atendimentos individuais com Reiki. 

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